16 de abril de 2015

Correção de curso

É uma constatação simples que, na história judaica, nunca antes houve tantas conversões ao judaísmo.

Isso é uma realidade em todas as correntes religiosas, seja entre reformistas, ortodoxos, conservadores, renewal, etc.


Obviamente existe um fator importante aqui que é a revolução da informação. Há 20 anos atrás não se achava tanta informação sobre judaísmo, disponível e de largo alcance, como após o advento da internet.

Mas, talvez, desde um ponto de vista religioso e místico, possamos encontrar alguma outra explicação.

A tradição milenar judaica afirma que uma alma judaica sempre nasce em uma família judaica. De fato, nossos sábios explicam que a conversão genuína se dá quando uma alma judaica, por algum "acidente", nasce em uma família não judaica. O anseio espiritual desta alma é tão forte que ela mesmo encontra alguma forma de "corrigir" seu curso e retornar ao judaísmo.


Desde o anoitecer de ontem estamos recordando o Yom haShoá (o Dia de Recordação da alma daqueles que pereceram durante o regime nazista durante os anos 30 e 40).


Seis milhões de mártires é a quantidade estimada, 1/3 do total do povo judeu.

Dos 6 milhões, 1,5 milhão eram crianças.

1.500.000 de crianças que não cresceram e não se casaram. Um milhão e meio de pessoas que não amaram seus maridos e esposas, não constituíram famílias, não tiveram seus milhões de filhos.


E então, no meu devaneio místico, eu penso que milhões de almas que potencialmente nasceriam em famílias judaicas que nunca se formaram, nasceram, por "acidente cósmico" em famílias não judias.

Talvez, muitas das buscas genuínas de conversão ao judaísmo sejam fruto do impulso espiritual de "correção do curso" do universo.

Não sei dizer.


Que possamos viver, honrar a vida e lutar para que nunca mais aconteçam catástrofes como a
Shoá (o Holocausto), nem conosco nem com qualquer outro povo.